Nas palavras de Vitorino Nemésio: “Sou ilhéu; e, tanto ou mais do que a ilha, o ilhéu define-se por um rodeio de mar por todos os lados. Vivemos de peixe, da hora da maré e a ver navios…”. Como, para os açorianos, o mar é uma possibilidade e não uma prisão, a vontade de partir à descoberta está entranhada no ser. Foi então à descoberta e à aventura da ilha Terceira que o projeto de mobilidade Voo Azul, do CDIJ MOSAICO, se propôs.
O grupo partiu, de avião, no dia 24 de julho. Ficou instalado na sede da Casa do Povo da freguesia das Lajes.
Nos dias seguintes os jovens e a equipa puderam apreciar as belas paisagens que a Terceira tem para oferecer como o Porto das Cinco Ribeiras, a Reserva Florestal da Mata da Serreta, a Lagoa das Patas, o Miradouro do Facho. Dá-se destaque ao miradouro da Serra do Cume, pela deslumbrante manta de retalhos que revela lá da sua altura, manta essa criada pelos serrados agrícolas divididos por muros de pedra basáltica que chamam à atenção pelas suas formas geométricas.
Não menos importante, as visitas à Gruta do Natal e ao Algar do Carvão revelaram uma parte das ilhas que aguçou a criatividade dos nossos jovens. Grandes cavidades, túneis e lagos subterrâneos, criados por vulcões e escoadas lávicas, cheios de vegetação, microrganismos e formas e cores excêntricas. Segundo os jovens, estas grutas poderiam ser casa ou esconderijo de sereias ou até de dragões. A imaginação voou livre por aquelas bandas.
Depois, na pitoresca cidade de Angra do Heroísmo, o Palácio dos Capitães-Generais e o Museu de Angra do Heroísmo revelaram uma herança histórica incalculável associada à resistência à ocupação espanhola e, mais tarde, às lutas entre liberais e absolutistas.
Em Angra, o grupo também visitou a Sé Catedral, os seus vários altares e a torre com vista para a alegre cidade. O jardim do duque da Terceira, bem cuidado, com plantas exóticas e bem no centro da cidade, cedeu uma sombra agradável para a hora de almoço.
Na freguesia dos biscoitos, a visita ao Museu do Vinho revelou todo o processo de produção do vinho, desde o cultivo da uva até esta ser transformada no produto final. E, terminou a tarde com um mergulho na zona balnear dos biscoitos.
A riqueza da história e cultura da Terceira e dos Açores em geral só pode ser conhecida nos dias de hoje através do trabalho de conservação que é feito nestes espaços, entre outros, todos os dias.
E, não obstante a riqueza histórica e natural da ilha, o clima, que esteve solarengo toda a semana, propiciou banhos de mar. A Prainha, em Praia da Vitória, foi a escolha preferida dos jovens, seguida de jantar e passeios no centro da cidade.
O CDIJ MOSAICO deixa os seus agradecimentos à Direção Regional da Juventude e juntas de freguesia da Ribeira Seca, de São Miguel e de Ponta Garça pelos seus contributos para que este Projeto de Mobilidade fosse possível.
Um agradecimento ainda à Casa do Povo das Lajes – Praia da Vitória por disponibilizar o espaço de alojamento e à Juventude desportiva Lajense pela disponibilização da carrinha sem os quais esta viagem não se concretizaria.
Outros voos virão, um bem aja.